quinta-feira, 8 de maio de 2008

Rascunho do teu rosto

Não estás aqui
(alguma vez estiveste?)

Pinto-te nas paredes, nos corredores escuros, nas sombras ténues de uma luz estéril

Revejo-te noutros rostos, vultos que passam

Invento-te nas horas

Espero-te
(sei que hoje não virás)

Segundos... Horas
(Horas mais longas que as reais)

Revejo-te em 7 segundos
(foram mesmo 7 segundos?)

Desenho o teu corpo nas minhas mãos, tímido e ansioso, cansado

7 segundos

Pousado nas minhas mãos com um anjo numa nuvem

Segundos ilusórios, o silêncio, o olhar e o sigilo

Ninguém nos viu
(Na verdade, eu também não tenho a certeza de te ter visto. Não soube
ouvir o que o teu olhar sussurrava naquele silêncio. As tuas mãos
eram como asas pousadas no meu rosto. Querias que olhasse para ti.
Querias olhar para mim - ver-me? Era tudo.)

Um traço de tinta com que pintei um quadro com aquelas cores.

Como sempre, pintei-te nos espaços brancos - os que mais gosto.

Fui-me embora. VOltei. Estou de novo entre as paredes onde te revejo.

Desta vez, estou só. Mais fraca. Não sorrio.

Sei que voltas. Amanhã ou depois. Em breve estarás cá novamente.

Voltarás.

Só não sei se serás o mesmo. Mesmo tu.

1 comentário:

Anna Molly disse...

Tão bonito Vi0let!!!
nem sei o que dizer... é lixado viver assim. com ausências indesejadas!!!
Gostei!