sexta-feira, 5 de setembro de 2008
.. promise..
vaguear pela Cidade, desfilar
e dançar ao ritmo de outra música
e de outras vozes.
Posso beijar outros lábios, outros rostos, outros corpos
Mas é nos teus braços que quero adormecer
Sempre
sábado, 12 de julho de 2008
[Prophecy]
No silêncio meigo da Noite.
Invado-o na cumplicidade do teu sono.
Diluo a minha mão na tua pele.
Um mapa que conhecerei de cor.
Com os dedos, desenho o nosso caminho de retorno.
Com os lábios, escrevo o meu nome no teu corpo, escondido, onde nunca o verás.
Olho-te, submerso no sonho, quase ausente, encolhido no algodão protector do lençol e da almofada, que abraças como se fosse o meu corpo.
Enveneno-te com os lábios e saliva, com sabor a maçã e o doce sabor da esperança no sossego da ousadia.
Dormes.
Como um Anjo.
O Meu Anjo.
Beijo-te o rosto como asas de borboleta numa flor.
Mexes-te milimetricamente. Quase um sorriso.
A tua mão procura-me como num deserto. Encontras-me. Sempre.
Enveneno o teu corpo com o meu perfume.
Enveneno-te com o meu amor. Um perfume doce e intenso. [Fatal].
Diluo o veneno na tua pele, embebedando o teu corpo, delicadamente, como uma Profecia, a pele, os ossos e a Alma.
Escrevo na palma da tua mão o segredo do Antídoto, que nunca lerás, e sei então que és meu para sempre.
domingo, 6 de julho de 2008
Réplicas.
(Sem Título 0.1)
terça-feira, 1 de julho de 2008
[Imaginary sin]
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Prólogo (MMV)
Carta II (MMV)
Refugio-me em ti quando me sinto vazia, porque és o meu sonho mais bonito, porque em ti adormeço e renasço, porque em ti me senti viva....
A vida é breve demais para perdê-la e perco-a todos os dias um bocadinho, como te perdia um bocadinho todos os dias que passamos juntos..
E nunca mais é tempo demais d. ... o teu silêncio voltou a sufocar-me.. perco-me em mim e não me encontro.. sento-me no chão do quarto onde nunca estiveste e relembro o verão que nunca passamos juntos e as histórias que imaginavas para nós, passeios e viagens que nunca fizemos.. o tempo foge-nos, d., fugiu-nos, perdi-me, perdi-te, dois anos e meio passaram tão depressa.. nunca mais te vi.. ainda bem, penso eu, se te visse acho que morreria outra vez.
Fomos embora cedo demais.. não tivemos tempo de dizer adeus um ao outro.. não me deixaste despedir de ti, porque dizias voltar.. talvez porque ainda voltes.. talvez um dia ainda nos encontremos para dizer adeus um ao outro..
Esta noite voltei a sonhar contigo e a acordar sufocada e triste.. não estás aqui.. nunca mais estarás..
“Quantas coisas perdemos com medo de as perder..”- disseram-me um dia.. a ti, d., perdi com o pânico de te perder.. é sempre o medo que nos atraiçoa, que nos devolve a solidão.. e a solidão só me devolve sonhos que se tornam pesadelos. Nunca mais quero sonhar contigo porque viajo para um tempo que já não existe, porque me perco e é tão difícil voltar a encontrar-me de novo. Todos os dias te esqueço e construo um bocadinho de mim sem ti.. e de noite os sonhos trazem-te de volta, numa irrealidade cruel.
Escrevo-te tudo o que nunca te disse, não sei porquê, não sei porque não te dizia, não tinha tempo talvez, consumíamos os segundos que estavamos juntos.. porque o tempo voa, nunca fizemos tantas coisas que combinamos juntos, porque o tempo era todo devorado apenas para estarmos ao pé um do outro.. dedicávamos o tempo livre para ficarmos só os dois.. talvez porque adivinhávamos que tudo seria efémero, que em tão pouco tempo nos beijávamos pela última vez à porta da tua casa, para nunca mais nos voltarmos a ver... fiquei para sempre com o sabor salgado dos teus lábios cheios de lágrimas... e tu?
Carta I (MMV)
Eu destruí o nosso amor e posso gritar isso quando quiser porque a loucura apodera-se de mim e sinto-me de novo a tua princesa vestida de negro, quem tu sempre sonhaste.
A tristeza arranca-me a minha máscara de seda cor-de-rosa, seda carmim e plástica e devolve-me ao que fomos, ao que sempre fui, porque loucura é fingir ser alguém que não somos e querer fugir do sangue que só pulsiona vida nas minhas veias e embebeda o corpo que um dia foi teu. E será para sempre, meu amor, porque és e serás o meu anjo.
E contra tudo e todos, d., acredito em ti, tarde demais mas acredito. Acredito nas tuas palavras, nos teus gestos, na tua voz, nas tuas lágrimas... acredito em ti, meu amor, nos teus abraços, no teu olhar, nos teus beijos, no teu toque, no teu corpo, no teu calor, ... acredito em ti, mais que tudo, porque eras o sangue que alimentava a minha vida, que erguia as minhas asas bem alto e me fazia o teu anjo... o anjo mudo... anjo que nunca soube ser...
Perdoa-me d. por todas as vezes que tornei os teus dias pesados, por todas as lágrimas que te fiz derramar, a ti, cujo sorriso iluminaria qualquer das minhas tristezas.. perdoa-me meu amor pelas palavras cruéis ditas sem sentimento, perdoa-me a falta de coragem e a nenhuma compaixão.. perdoa-me os abraços que nunca te dei quando me imploravas perdão por uma culpa que não era tua.. só minha... perdoa-me o destino cruel que dei ao teu sonho mais bonito.. perdoa-me as minhas asas não te terem amparado quando começaste a cair..
Tenho encenado personagens diversas, caminhado por cenários imensos, tenho tentado ensinar a minha alma a perdoar-me, tenho tentado dizer-lhe que o seu anjo não voltará mais, que não mais abrirá os olhos e verá à sua frente o teu rosto.. porque tudo se dissipou.. porque ao contrário do que te dizia em noites de mágica alucinação, o tempo existe e rouba-nos as coisas mais bonitas que temos.
Já não acordaremos mais com os dedos entrelaçados, não acariciarei mais os teus cabelos nem te segredarei mais que és o meu cavaleiro, o meu príncipe, meu amor, porque já não estás aqui..
Epílogo (MMII)
"És e serás o meu anjo o meu cavaleiro o meu sonho o meu véu. És o meu espelho interior. Só tu me podes ver e ouvir..."
segunda-feira, 19 de maio de 2008
XVII/V/MMV
Sou o teu anjo de asas invisíveis
Sou a imperatriz de gelo, arrogante e intocável
Sou a tua fada mágica, que inventa o teu sorriso em cada olhar escondido
Sou a praia numa noite de primavera cuja areia são as mãos que apertas nas tuas
Sou o vento que te beija os olhos
Sou o cálice de vinho que te concede a ilucidez de ser livre
Sou o ar que devoras quando explodes nas minhas mãos sempre que te toco
Sou o vulto que invade os teus sonhos e te devolve ao inconsciente
Sou o espelho que te reflecte
Sou o silêncio que te completa
Sou a água que te afoga em cada abraço
Sou a tua viagem sem retorno
Sou o teu sonho mais bonito
Sou a tua espada
Sou o teu sangue
Sou o teu anjo imaginado, impossível e eterno
Sou a morte que te devolve à vida
Sou o frio que te arrepia
Sou a lua que te encontra
... só tua
Rasgos
No chão.
Comigo.
Só isso.
Inventa-nos. Desta vez, inventa-nos.
Inventa-me. Rasga-me a pele. Dissolve-me em ti. Devolve-me. A mim.
Perde-me. E procura-me. Inventa-me. Desenha-me na tua solidão desesperada e altiva.
Encontra-me. Aqui.
Senta-te comigo no chão.
Ao meu lado.
Só isso.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Rascunho do teu rosto
(alguma vez estiveste?)
Pinto-te nas paredes, nos corredores escuros, nas sombras ténues de uma luz estéril
Revejo-te noutros rostos, vultos que passam
Invento-te nas horas
Espero-te
(sei que hoje não virás)
Segundos... Horas
(Horas mais longas que as reais)
Revejo-te em 7 segundos
(foram mesmo 7 segundos?)
Desenho o teu corpo nas minhas mãos, tímido e ansioso, cansado
7 segundos
Pousado nas minhas mãos com um anjo numa nuvem
Segundos ilusórios, o silêncio, o olhar e o sigilo
Ninguém nos viu
(Na verdade, eu também não tenho a certeza de te ter visto. Não soube
ouvir o que o teu olhar sussurrava naquele silêncio. As tuas mãos
eram como asas pousadas no meu rosto. Querias que olhasse para ti.
Querias olhar para mim - ver-me? Era tudo.)
Um traço de tinta com que pintei um quadro com aquelas cores.
Como sempre, pintei-te nos espaços brancos - os que mais gosto.
Fui-me embora. VOltei. Estou de novo entre as paredes onde te revejo.
Desta vez, estou só. Mais fraca. Não sorrio.
Sei que voltas. Amanhã ou depois. Em breve estarás cá novamente.
Voltarás.
Só não sei se serás o mesmo. Mesmo tu.
domingo, 20 de abril de 2008
P.S. Nunca mais é tempo demais
Não me posso despedir de ti, nem sequer um "boa noite*", porque não estás aqui, despeço-me de ti porque desisto e não preciso dizer-to, há muito que sabias que seria assim.
Falaremos ainda algumas vezes, talvez, por hábito apenas. Entre nós, ficam apenas vagas imagens desfocadas e mal fotografadas e uma indiferença cruel.
"Até amanhã." - como costumas dizer, sabendo que esse "amanhã" já não existe mais.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Pausa inter-relato
domingo, 6 de abril de 2008
Perdas de tempo
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Labirinto de espelhos
Era?
TUA?
Obrigação?
Obrigação?!
A música chegou ao fim. Começa outra, uma música nova.
«Ela senta-se no chão, no meio de um labirinto de espelhos. As paredes invisíveis enfeitadas com fitas de origamis coloridos. Ele não está lá (Está mas ela não o consegue ver, nunca). Esconde-se, esconde-se do outro lado do espelho. Ela esconde-se. Mas ele também não a procura. Ela encolhe-se com os joelhos contra o peito, as mãos vincadas nas pernas até se formar uma imagem una, a sua imagem espalha-se pela sala como um origami colorido. Um origami. Uma gaiola de ferro de onde só se ouve um bater de asas desesperado. Ela espera. Não pode sair dali. Perdeu-se no labirinto de si própria. Custa-lhe respirar. Os pulmões contra o coração, apertados entre os joelhos e o abraço. Não quer que ninguém a oiça. Mais uma noite. Ele não virá outra vez. Se calhar também se perdeu. (Ele nunca se perderia, tem no mapa dos ossos milhares de setas. Nem sequer sabe o que é um labirinto).»
Não preciso da tua 'obrigação', um origami bem recortado em papel de seda chamado desprezo. Prefiro o teu silêncio.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Fragmentos da mais bonita (Ir)realidade
3 anos e o medo no que seria a melhor fotografia. É sempre o medo que nos atraiçoa.
Tantas vezes te dizia que as tuas palavras, por vezes, eram como flocos de gelo, tantas vezes não entendias. Agredias-me com flocos de neve, gritavas nessa tua forma inocente e doce, nesse teu silêncio sem rosto.
3 anos e histórias inventadas por gestos e sons. Sempre nos entendemos sem palavras ouvidas, mas há sempre um limite e o nosso espaço de mímica tornou-se num abismo. Entre um lado e o outro, cresce o silêncio e o vazio, a ausência e um fio de fumo a desaparecer ao longe. Somos nós, as nossas fotografias, as minhas e as tuas, as palavras e as músicas.
E nenhuma fotografia nos une no mesmo retrato...
segunda-feira, 31 de março de 2008
Excepção à regra
As pessoas para ti são meras marionetas.
(apesar de não mereceres já, hoje apeteceu-me ser sincera)
sábado, 29 de março de 2008
Conversas banais (excerto um)
"Só vais dizer isso?"
"Não tenho nada para dizer... já te disse tudo... Olha..."
"Hmm."
"Faz-me um desenho no umbigo."
"O que queres que desenhe?"
"Uma rosa."
"Como a que te dei?"
"Não... outra, negra, tu sabes..."
"A negro... ok, deita-te aí. Vou escolher a caneta."
"Desenha a rosa mais imperfeita de todas e a mais bonita. Aqui, ao pé do umbigo."
"Aqui?"
"Sim."
"Desabotoa as calças. Vou buscar água, venho já."
"Não."
"Estás com vergonha?"
"Sim..."
"Oh, porquê?"
"Porque sim."
"Estás com medo?"
"Não. Porquê?"
"Estás a morder o lábio e a olhar para baixo."
"Estou chateada..."
"Comigo?"
"Não! Comigo..."
"Então?"
"A minha vida está um dominó, se cai uma peça, cai tudo."
"E qual é essa peça que não pode cair?"
"Tu."
terça-feira, 25 de março de 2008
O teu silêncio
Ouves as nossas vozes entrelaçadas?
Ouves os nossos abraços eternos e invisíveis, as palavras cúmplices no medo da luz e da lucidez, feitos sons enfeitiçados?
Ouves o meu coração gritar, preso em fitas de cetim sempre que (pensava que) estavas ao meu lado?
Ouves a voz que nos embalava sempre que chorava ao teu lado, lágrimas feitas estrelas de um céu que inventavas para me acalmar, para te acalmares, para fugirmos?
(É o teu silêncio que hoje trago nas minhas mãos fechadas... como uma concha do mar... )
Ouves os nossos pés chapinharem num caminho cheio de fios de água salgada e os nossos dedos entrelaçados, as palmas das mãos unidas como uma concha que esconde um segredo?
Ouves esse segredo sussurrado numa promessa que nunca cumprimos?
Ouves?
... eu já não consigo ouvir nada senão o teu silêncio ensurdecedor.
segunda-feira, 24 de março de 2008
Os pés. Nus. No chão.
domingo, 23 de março de 2008
Desenhos de memórias
(...)
"Imagina... estamos deitados na relva, à noite, numa floresta, com árvores muito altas à nossa volta, uma noite quente e a relva e as árvores protegiam-nos. Lá ao fundo, um lago, uma coruja a olhar para nós, a ver-nos, a guardar-nos, toda branca e com manchas cinzentas, de olhos amarelos. "
"Olha para nós porquê?"
"Olha para ti, porque és bonito. Tem um olho fechado e outro aberto."
"Sou bonito?"
"Muito."
sábado, 22 de março de 2008
Intro (inverso)
Ela cedia, pela primeira vez, à violência do grito mudo.