sexta-feira, 12 de março de 2010

Two years, three Girls and One Mirror


Porque há algum tempo que não escrevo aqui nada.
Porque faz este mês dois anos que exponho aqui as minhas palavras (embora com pouca assiduidade).
E porque este mês é um mês de excelência.
Recomeço com um pequeno esboço, algo imperfeito mas genuino, que dedico à minha querida amiga Butterfly.
Não só porque também é ruiva.
Não só porque é a mais antiga e atenta seguidora das minhas palavras aqui.
Não só porque sim.
Não só porque sei que ela sabe ler e ver determinadas coisas.
Mas também porque é a minha amiga Butterfly.
Para ela, um grande abraço.
Vi

domingo, 16 de agosto de 2009

Amo-te até ao Eco dos ossos

domingo, 1 de fevereiro de 2009

caixa de pandora - "Meu Anjinho, guarda-me dentro de ti para sempre, esconde-me no teu mundo"

Ouvir o teu nome fere-me como asas pontiagudas a esvoaçar algures num mar dentro de mim
És uma estátua de mármore, grega, clássica e perfeita, com uma máscara de veludo negro.
Uma Fénix de Veludo, dizem...
Nos teus braços refugio-me como numa bolha de ar. Intocável.
És como um anjo. O meu anjo com asas de purpurina e luxúria.
O teu rosto perfeito e sem nome devolve-me o meu silêncio.
O grito cala-se. És subitamente o fundo do mar, com segredos que ninguém jamais ouviu.
És o silêncio acolhedor e as algas protectoras que serpenteiam ao longo do meu corpo.
És a máscara mais bonita do Baile onde desfilamos.
No teu rosto, a perfeição humana e a doçura da Solidão.
Nos olhos, a denúncia do abismo e do vazio, naufragados entre um mar azul-esverdeado, entre laivos de luz e peixes dourados.
Tens no corpo a exuberância e a denúncia de Eros e Afrodite.
Tens na pele tatuado o grito da Besta.
Tens no voo das mãos a dança de Medusa.
Nos lábios, o delírio de Dionísio e a nudez do pecado imaginário da ilucidez.
Nas linhas do corpo, os traços de Apolo ignorado pela divindade.
Na voz, o sossego da Morte.
A Fénix Renascida...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

.. promise..

Posso percorrer outros corpos
vaguear pela Cidade, desfilar
e dançar ao ritmo de outra música
e de outras vozes.
Posso beijar outros lábios, outros rostos, outros corpos
Mas é nos teus braços que quero adormecer
Sempre

sábado, 12 de julho de 2008

[Prophecy]

Percorro o teu corpo, enquanto dormes.
No silêncio meigo da Noite.
Invado-o na cumplicidade do teu sono.
Diluo a minha mão na tua pele.
Um mapa que conhecerei de cor.
Com os dedos, desenho o nosso caminho de retorno.
Com os lábios, escrevo o meu nome no teu corpo, escondido, onde nunca o verás.
Olho-te, submerso no sonho, quase ausente, encolhido no algodão protector do lençol e da almofada, que abraças como se fosse o meu corpo.
Enveneno-te com os lábios e saliva, com sabor a maçã e o doce sabor da esperança no sossego da ousadia.
Dormes.
Como um Anjo.
O Meu Anjo.
Beijo-te o rosto como asas de borboleta numa flor.
Mexes-te milimetricamente. Quase um sorriso.
A tua mão procura-me como num deserto. Encontras-me. Sempre.
Enveneno o teu corpo com o meu perfume.
Enveneno-te com o meu amor. Um perfume doce e intenso. [Fatal].
Diluo o veneno na tua pele, embebedando o teu corpo, delicadamente, como uma Profecia, a pele, os ossos e a Alma.
Escrevo na palma da tua mão o segredo do Antídoto, que nunca lerás, e sei então que és meu para sempre.

domingo, 6 de julho de 2008

Réplicas.

Sufoco. Angústia. Renúncia. Negro. O vestido de seda e veludo. Negro. O eterno retorno. O erro. Um anjo. A morte. O amor. A dúvida. E a única certeza. As asas que rastejam. Um dia de cada vez. As mangas apertadas. O punho fechado. O fim. A minha mão. E a tua. O poder. A música. O negro. Sensação de euforia. Poder. E infinito. Somos os dois no limite do mundo. Estarei lá mesmo que não me sigas. Estarei mesmo que não caminhes lado a lado comigo. Na mesma direcção. Sou a Rainha da arrogância. A Imperatriz de gelo. Sob o vestido negro de seda. Ódio. Preponderância. E o amor violento das guerreiras da morte. Essa lua poderosa e mágica, fatal e ignóbil. Sou a Imperatriz da morte. A Medusa de cabelos escuros, serpentes implacáveis e repletas de veneno.

(Sem Título 0.1)

Fala-me hoje. No meio da multidão. Nesse teu modo invisível de fingir que estamos sozinhos. No meio da multidão. Que nos observa. Que não nos vê. Que nos sorri. Porque somos um prolongamento dessa multidão. Ali estamos nós, no abismo da multidão, os dois. Indiferentes ao movimento e ao barulho. Animados com conversas banais. Animados no conforto da superficialidade. Tentando encenar um ao outro as personagens que somos fora dali. Da multidão. Não sorris. Intencionalmente. É a tua forma de não fugir dali. De ficar. Já mo disseste. Lembras-te? Finges não me ver porque sabes que te vou procurar se não vieres. Olhas para mim com uma expressão de espanto ou de indiferença como se não me tivesses visto ainda. Finjo que acredito e não sei de nada. Fico ali, junto a ti. Perdemo-nos com conversas banais, denunciando, em códigos, o que aconteceu nos dias em que não estivemos juntos. Ficaria ali, o dia inteiro contigo. Entre conversas banais.