quinta-feira, 12 de junho de 2008

Prólogo (MMV)

Às vezes perguntavas-me o que tinha... tinhas medo... eu também... um silêncio de medo que nos brindou com uma despedida, um falso adeus... um dia as lágrimas que me entregaste encheram-te de força e voltaste, para me assustar ou para ouvir que senti a tua falta, em palavras que nunca te direi, que nunca deixei de esperar por ti. Bateste à porta com o mesmo desdém de um anjo sem asas, porque tinhas prometido voltar e voltaste... não sei porquê ou para quê, mas voltaste... já não és o mesmo, aos meus olhos, trazes as asas, que outrora me abraçavam e protegiam, sujas de luxúria, o rosto, que segurava entre as minhas mãos cheia de ternura, coberto de sombras que não são tuas e o olhar fixo não sei onde, os lábios rasgados de vaidade e as mãos, a que chamava só minhas, manchadas de outros corpos... mas voltaste...

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